terça-feira, 11 de dezembro de 2012




Deram a Cesar o que não era de Cesar...



   Um dos objetivos do Sr. César Souza era acabar com o desfile das Escolas de Samba, sua formação política e ideológica se opõe as questões mais representativas do povo. Assim, como representante mais digno das elites abastadas, desconsidera os populares.
  Pensa, ele, que o samba vai acabar, e que as pessoas humildes vão se resignar a miséria de politica que não incluirá a cultura e a historia dos negros e indígenas.
  A realidade desse processo esconde o preconceito contra as culturas dos populares. Pois as outras manifestações artísticas, pertencentes às camadas mais abastadas da sociedade sempre são prestigiadas financeiramente. Acontece assim com a música clássica (As Orquestras Sinfônicas); as danças clássicas; o teatro e o cinema, onde na maior parte das vezes são as referencias hegemônicas que abocanham a maior parcela dos recursos públicos, destinados à cultura.
 Há uma parcela, de críticos, da cidade que não abriu questionamentos, aos polpudos valores que o então Secretario Estadual de Turismo – César Souza – repassou para o Paul McCartney, mas para o carnaval de Florianópolis isto não é possível; Também aconteceu o repasse de um milhão de reais, para os clubes da série A do campeonato Catarinense, também ninguém reclamou.
Mas tudo isto é uma trama, que tem como pano de fundo a privatização do carnaval; Privatização das estruturas que são publicas.
  Anotem, pois, vai surgir um (a) salvador (a) da festa das Escolas de Samba, para fazer o papel de intermediação das reinvindicações e, privilegiar os interesses privados.
 Os “Sambeiros”, esse pessoal que nada entende do samba e das nossas raízes vão mostrando suas frases, e recolonizando socialmente, a nossa gente. Para eles, a Escola de Samba é um produto consumível e descartável e, enquanto seus membros se constituem em meros sujeitos manipuláveis, sem vontades próprias alienados, de todo resultado do trabalho desenvolvido enquanto atores sociais. A ideia fundamental dos gestores deste processo é aprofundar o sentido folclórico desta vivencia cultural, que representa uma Escola de Samba.
   César Souza apresenta seu discurso pretensamente reformador, apostando na simplificação e no senso comum. Neste sentido recupera o surrado argumento, que se sustenta por colocar a saúde, a educação, e outros serviços essenciais à população, como inimigos e prejudicados pelas Escolas de Samba. Portanto, nas entrelinhas diz que as Escolas de Samba não pertencem ao conjunto patrimônio cultural desta cidade, e sendo assim, não merecem estar enquadradas nas preocupações das POLÍTICAS PÚBLICAS: logo não merecem o financiamento público das suas atividades.
A formula é velha, porém o anunciante é novo. Mesmo assim vale lembrar que o Sr. César Souza não é o primeiro a usar deste expediente que deseja excluir socialmente, toda uma trajetória de resistência histórica e cultural representada pela organização das Escolas de Samba na vida das comunidades negras no Brasil.
Por fim na tarde de hoje ele conseguiu dar curso ao seu plano de eliminação, e entregou as Escolas de samba a sorte e ao abandono. Uma espécie de abolição da escravatura. Estão livres, as Escolas de Samba para mendigar, implorar e, se resignar com os nacos de pão que caem das mesas abastadas.

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