Deram a Cesar o que não era de Cesar...

Pensa, ele, que o samba vai acabar, e que as
pessoas humildes vão se resignar a miséria de politica que não incluirá a
cultura e a historia dos negros e indígenas.
A realidade desse processo esconde o
preconceito contra as culturas dos populares. Pois as outras manifestações
artísticas, pertencentes às camadas mais abastadas da sociedade sempre são
prestigiadas financeiramente. Acontece assim com a música clássica (As
Orquestras Sinfônicas); as danças clássicas; o teatro e o cinema, onde na maior
parte das vezes são as referencias hegemônicas que abocanham a maior parcela
dos recursos públicos, destinados à cultura.
Há uma parcela, de críticos, da cidade que não
abriu questionamentos, aos polpudos valores que o então Secretario Estadual de
Turismo – César Souza – repassou para o Paul McCartney, mas para o carnaval de Florianópolis
isto não é possível; Também aconteceu o repasse de um milhão de reais, para os
clubes da série A do campeonato Catarinense, também ninguém reclamou.
Mas tudo isto é uma trama,
que tem como pano de fundo a privatização do carnaval; Privatização das
estruturas que são publicas.
Anotem, pois, vai surgir um (a) salvador (a) da
festa das Escolas de Samba, para fazer o papel de intermediação das reinvindicações
e, privilegiar os interesses privados.
Os “Sambeiros”, esse pessoal que nada entende
do samba e das nossas raízes vão mostrando suas frases, e recolonizando socialmente,
a nossa gente. Para eles, a Escola de Samba é um produto consumível e
descartável e, enquanto seus membros se constituem em meros sujeitos
manipuláveis, sem vontades próprias alienados, de todo resultado do trabalho
desenvolvido enquanto atores sociais. A ideia fundamental dos gestores deste
processo é aprofundar o sentido folclórico desta vivencia cultural, que
representa uma Escola de Samba.
César Souza apresenta seu discurso pretensamente
reformador, apostando na simplificação e no senso comum. Neste sentido recupera
o surrado argumento, que se sustenta por colocar a saúde, a educação, e outros
serviços essenciais à população, como inimigos e prejudicados pelas Escolas de
Samba. Portanto, nas entrelinhas diz que as Escolas de Samba não pertencem ao
conjunto patrimônio cultural desta cidade, e sendo assim, não merecem estar
enquadradas nas preocupações das POLÍTICAS
PÚBLICAS: logo não merecem o financiamento público das suas atividades.
A formula é velha, porém o
anunciante é novo. Mesmo assim vale lembrar que o Sr. César Souza não é o
primeiro a usar deste expediente que deseja excluir socialmente, toda uma trajetória
de resistência histórica e cultural representada pela organização das Escolas
de Samba na vida das comunidades negras no Brasil.
Por fim na tarde de hoje ele
conseguiu dar curso ao seu plano de eliminação, e entregou as Escolas de samba
a sorte e ao abandono. Uma espécie de abolição da escravatura. Estão livres, as
Escolas de Samba para mendigar, implorar e, se resignar com os nacos de pão que
caem das mesas abastadas.
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