terça-feira, 25 de outubro de 2011

Queremos agradecer a todos/as que continuam nos endereçando solidariedade ao nosso manifesto. Temos recebido comunicações, profundas e sensíveis, que nos dão a convicção e estimulam nossa fé na caminhada de libertação humana, libertação, esta, que não está na violência, na mentira, na alienação ou nas superficialidades propostas por um modelo de sociedade, sustentada pelo consumo inconseqüente e desmedido.

Essa nova sociedade, que, há milhares de anos, foi profetizado, está inserida nos nossos sentimentos, os quais organizam nossas ações pelo “plano alto da dignidade e da disciplina”, conforme nos ensinou Martin Luther King.

Em todos os momentos, experimentamos a vigília sobre nossas intervenções, propostas e pensamentos. Entretanto, constatamos que parte dessa vigília nos é solidária e companheira da nossa jornada. Mas uma vez, recorro à Martin Luther King, para concluir meus agradecimentos e dizer que:”...Não podemos caminhar sozinhos. E, enquanto caminharmos, teremos que fazer a promessa de que sempre marcharemos para frente. Não poderemos voltar atrás.”

terça-feira, 11 de outubro de 2011

BERBIGÃO DO BOCA é, SIM, PATRIMôNIO CULTURAL IMATERIAL !!!

O que nos faz lutar pelo aperfeiçoamento da democracia, é a oportunidade do debate. Ele sempre é elucidativo, sempre oferece luzes.

Portanto, traz informações e se transforma em agente pedagógico.

Assim sendo, ainda quanto ao episódio do projeto “Berbigão do Boca”, o bloco de valor imaterial constitui-se num desses marcantes momentos.

Gostaria, imensamente, de conhecer os argumentos desses artistas e intelectuais que fazem piadas sobre o tombamento do Bloco Berbigão.

É bem provável que, por desconhecimento, o comportamento desdenhoso se estabeleça. Porém, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional define o patrimônio imaterial como “as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte de seu patrimônio cultural”.

Somado a isto, tem no texto constitucional (1988), conquista de democracia brasileira, a oferta do amparo legal, no seu artigo 216, que reza:

Art. 216. Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem:

I- as formas de expressão;

II- os modos de criar, fazer, viver;

III- ...;

IV- ...;

V- ...;

Dito isto, cabe acrescentar que o imaterial, é isso mesmo, é porque não possui matéria. Logo, não possui átomos, moléculas ou agregados iônicos. O imaterial se refere às tradições, aos sentimentos e à alma dos indivíduos, comunidades e de uma Nação.

Na historia da humanidade, muitos grupos e sociedades desapareceram, romperam ou foram subjugados por falta da preservação das memórias ancestrais. Por isso, nosso esforço para fincar e fortalecer a alma dos catarinenses e florianopolitanos.

É real e imaterial o Berbigão do Boca, pois nós somos reais.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Resposta à nota do Cacau Menezes de 07/10/2011

A política do mandato Márcio de Souza tem como base uma carta compromisso, que é resultado de aspirações e processos de resistência cultural. Com este método, nos apresentamos à cidade e com ela dialogamos.

Nosso coletivo, que congrega vários setores sociais, não tem planos de vaidades ou donos, a quem devemos agradar para fazer acontecer nosso projeto de emancipação de classe, de etnia, religião, orientação social e outras demandas de grupos historicamente discriminados.

Fazemos política, há muito tempo, no combate ao racismo, e lutamos bravamente na vida sindical dos professores. Por dez anos, fui perseguido por posições políticas, a ponto de ser demitido do cargo de professor no IEE, onde reingressei por consenso no Estado. Nas ruas, por fazer defesa das causas populares (transporte coletivo), no que se relaciona à busca pela LICITAÇÃO, fui alvejado com um estilhaço de granada, que me custou a perda da visão do olho direito.

Continuo com as minhas opiniões e ações destinadas a atender aquilo que minha consciência de justiça me determina. Tenho pleno entendimento que incomodo alguns interesses nesta cidade.

Sei que, historicamente, os egressos das classes populares não podem ascender politicamente, para representar as demandas dos seus pares. Tudo isso é um risco! Uma ameaça!

Os pobres e negros têm contra si uma espécie de liberdade condicional. Há uma tentativa de se impor mordaça com métodos sofisticados, de eliminação ou desqualificação moral. As falsificações e a adoção de métodos da guerra fria vão sendo colocados em prática, sem limites éticos e de justiça.

A receita para a eliminação dos negros indesejáveis parece ser bastante conhecida entre nós. Desde a presença de João da Cruz e Sousa, passando pela Professora Antonieta de Barros, o método se repete. Entretanto, penso que estes recursos já estão sendo percebidos pela sociedade, por mais que seja torpedeada, incessantemente, por mensagens e informações onde o contraditório não é permitido.

Por fim, levar adiante a nossa luta ancestral é nossa missão. Devemos continuar como forma de homenagear os nossos antepassados, que pagaram tão duramente para viver nesta cidade.

Para tanto, vou continuar insistindo na necessidade de partilhar a riqueza, na busca pela justiça social, no combate ao racismo e na defesa da cultura popular, em especial, das escolas de samba do Grupo de Acesso, do boi de mamão, do Berbigão do Boca, das marchinhas, do direito à livre orientação sexual, etc, pois eu não escrevo, não vivo, não falo e não canto para agradar!

(Márcio José Pereira de Souza, Professor de Química (30 anos), militante anti-racista (32 anos), sambista (40 anos) e vereador petista, eleito pelo povo por CINCO vezes)