terça-feira, 27 de março de 2012

Hora atividade, conquista do magistério, não o seu calvário!

Nestes tempos de lutas de afirmação política do magistério, em todo o Brasil, experimentamos as tentativas de desmobilização, impostas por governos de todos os partidos políticos, por todo o território nacional.

A busca pelo piso do magistério, bem como pela hora atividade, se constitui em peças que integram a nossa nascente categoria profissional, pois, até agora, não contamos com esses elementares direitos trabalhistas. Éramos os bóias-frias da Educação. Portanto, essa atividade laboral ainda encontra-se nos mais baixos níveis de reconhecimento, junto à maior parte dos governantes municipais e estaduais.

Nossa incansável busca por salários decentes é histórica, porém, percebemos a necessidade de incrementarmos algumas questões mínimas, para viabilizar as condições diárias de trabalho, determinadas a bons resultados educacionais, como por exemplo:

a) número de alunos em salas de aula, já definidos pelos Planos Estaduais de Educação, desde 1985;
b) hora atividade que possibilite a preparação das programações escolares.

Em relação à hora atividade, motivo de registro legal quanto à obrigatoriedade do seu cumprimento, o Governo do Estado de Santa Catarina vem procurando atacá-la e negá-la enquanto conquista do magistério.

Neste episódio, outra leitura pode ser obtida, a partir do caráter tático, transformando-a em carro chefe das reivindicações, para afastar o sentimento da luta pelo reajuste de 22,22%, proposto pelo Governador Colombo na negociação para o término da greve do magistério, em 2011.

Assim, os mandatários estaduais estão organizando uma “mordaça” e intimidação a nossa categoria, numa formulação que reduz ou quer fazer desaparecer nossas modestas e difíceis conquistas históricas.

Desta forma, aqui no IEE, que só faz cumprir “umbilicalmente” as ordens da Secretaria Estadual de Educação, onde somos transformados em cobaias de laboratório das perversidades contra os trabalhadores (as) do Ensino, com consequente prejuízo para os estudantes, é preciso resistir.

A hora atividade é para que o(a) professor(a) possa se preparar bem para sua intervenção pedagógica, não tendo sido idealizada para atender alunos, nem criada para receber os pais ou então para fazer reunião do Departamento, pois, se assim for considerada, os professores continuarão levando trabalho para suas residências, ocupando as madrugadas e finais de semana, sem serem, por isto, remunerados.

Caso venhamos a nos submeter a essa concepção palaciana de hora atividade, estaremos legitimando esta elaboração revanchista, destinada a punir, castigar e rebaixar a auto estima da categoria e, também, o arrocho sobre os (as) professores (as).

Frente a tudo isto, é fundamental não preencher este horário da exploração, não aceitar mais esta violação, esse deboche pensado para nossa humilhação!

Vamos resistir e fazer do dia 29.03.2012 uma data do SIM para a hora atividade, de acordo com os professores (as) e não de acordo com a hora atividade do Governador Colombo.



Professor Márcio José Pereira de Souza

Departamento de Química do IEE, desde 1980

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