terça-feira, 21 de outubro de 2008

100 anos - Franklin Cascaes

Franklin Cascaes (*16/10/1908 +15/03/1983)

Nasceu na primavera de 1908, na bela praia de Itaguaçu, no continente, numa época em que, como diria, já na velhice: “A natureza vivia a sua vida limpa”, e os “os dias lindos de sol que brilham aí nessa mata variada e rica, que hoje não existe mais”.

Filho de família numerosa, desde pequeno se interessava por bruxas: “Meus avós tiveram muitos escravos, era gente muito rica, moravam em Itaguaçu, ali no outro lado da baía sul. Os meus bisavós foram os primeiros colonos a chegar ali. Uns parentes tinham engenho de farinha; meus pais tinham charqueado, porcos, redes e canoas, aquela coisarada toda. Eles tinham muitos trabalhadores e muitos escravos. Ainda encontrei toda aquela gente lá. Então fui ouvindo essas histórias todas e fui gostando, escutando...”

Aprendeu a colecionar balaios, tipitis, cordas de cipó, cercas de bambu, remos, gererés, tarrafas...
Mas aquilo que gostava mesmo era rabiscar desenhos usando carvão, ou moldar bonecos imitativos das imagens dos altares e miniaturas de bichinhos de cerâmica feitos nas olarias.

Foi esse ambiente legítimo que sediou toda a vasta pesquisa de Franklin Cascaes relativa ao comportamento, às características populares e às atividades de subsistência dos colonos que habitaram a Ilha de Santa Catarina. A arte de Cascaes e sua genialidade são uma das maiores contribuições para a preservação da identidade cultural do município de Florianópolis.

Partiu numa tarde chuvosa, no final do verão de 1983.

“Oh minha Ilha de Santa Catarina,
És uma sereia que enlevas e embalas o mar
Mesmo se morrer distante de ti querida
Quero vir para sempre no teu seio repousar”.

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