sexta-feira, 18 de novembro de 2011

HOMENAGEM AOS 150 ANOS DE NASCIMENTO DO POETA SIMBOLISTA CRUZ E SOUSA - clique na imagem para ampliá-la

ESTE INFORMATIVO É TAMBÉM ESPECIAL, EM HOMENAGEM AOS 150 ANOS DE NASCIMENTO DO POETA SIMBOLISTA CRUZ E SOUSA

O Vereador Márcio de Souza, presidente da Comissão Especial da Câmara Municipal de Florianópolis (criada através do Projeto de Resolução 1.530/2011 para homenagear o Poeta), convida a todos/as para participarem da PROGRAMAÇÃO abaixo:

13h sáb 19/11 - samba especial (Grupo Bom Partido), declamação de poesias do Poeta (JB), Bar do Noel, centro;

17h seg 21/11 - Projeto Sinfonia Dormente - Cruz e Sousa Musicado, em frente à Câmara, centro; declamação de poesias (JB) e exposição de painéis com foto e fragmentos de poesias/discurso de Cruz e Sousa, no entorno da Praça XV e em frente à Câmara Municipal;

19h seg 21/11 - Sessão Especial pelos 150 anos do Poeta Cruz e Sousa (entrega Medalhas Zumbi de Palmares), Câmara Municipal;

10h quin 24/11 - colocação coroa de flores, Projeto Sinfonia Dormente - Cruz e Sousa Musicado e JB (declamador oficial), busto do Poeta (Praça XV);

23h quin 24/11 - serenata em homenagem ao Poeta (Grupo Número Baixo), busto do Poeta, Praça XV.

Discurso de João da Cruz e Sousa, Bahia, 1884

"Estamos em face de um acontecimento estupendo, cidadãos: A Abolição da Escravatura no Brasil. Neste momento, do alto desta tribuna, onde se tem derramado, em ondas de inspiração, o verbo vigoroso e másculo de diversos outros oradores eu vou tentar vibrar nas vossas almas, cidadãos, no futuro de vossos corações irmanados na Abolição; eu vou apelar para vossas mães, para vossos filhos, para vossas esposas. A Abolição, a grande obra do progresso, é uma torrente que despenca; não há mais pôr-lhe embaraços à sua carreira vertiginosa".

"As consciências compenetram-se dos seus altos deveres e caminham pela vereda da luz, pela vereda da liberdade, igualdade e fraternidade, essa trilogia enorme, pregada pelo filósofo do cristianismo e ampliada pelos autos dos - Chatiments, - o velho Hugo. Já é tempo, cidadãos, de empunharmos o archote incendiário das revoluções da idéia, e lançarmos a luz onde houver treva, o riso onde houver pranto, e abundância onde houver fome".

"Basta de gargalhadas! Este século, se tem rido muito, e se o riso é um cáustico para a dor física, é um veneno para a dor moral, e o século ri-se à porta da dor, ri-se como um Voltaire, ri-se como Polichinelo. O riso, cidadãos, torna-se a síntese de todos os tempos. Mas, há ocasiões, em que se observam as palavras da Escritura: Quem com ferro fere, com ferro será ferido. E então, o riso, esse riso secular, que zombou da lágrima, levanta-se a favor dela e a seu turno convence, vinga-se também. É aí que desaparecem, na noite da história, os Carlos I e Luís XVI, as Maria Antonieta e Rainha Isabel, é aí que desaparece o cetro, para dar lugar à República, a única forma de governo compatível com a dignidade humana...”

Soneto 25 de março, jornal O Moleque, 1885

Bem como uma cabeça inteiramente nua
de sonhos e pensar, de arroubos e de luzes,
o sol de surpreso esconde-se, recua,
na órbita traçada - de fogo de obuzes.

Da enérgica batalha estóica do Direito
desaba a escravatura - a lei de cujos fossos
se ergue a consciência - e a onda em mil destroços
resvala e tomba e cai o branco preconceito

E o Novo Continente, ao largo e grande esforço
de gerações de heróis - presentes pelo dorso
à rubra luz da glória - enquanto voa e zumbe

O inseto do terror, a treva que amortalha,
as lágrimas do Rei e os bravos da canalha,
o velho escravagismo estéril que sucumbe

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