quinta-feira, 30 de junho de 2011

COMISSÃO ESPECIAL “CENTENÁRIO CRUZ E SOUSA”

O vereador Márcio de Souza, em requerimento ao Plenário, com fundamento no regimento interno, requereu a constituição de uma Comissão Especial, destinada a preparar as comemorações dos 150 anos de Cruz e Sousa, considerando a reconhecida relevância do assunto.

Na sessão de 20 de junho, foram definido os integrantes da referida comissão, a qual será formada pelo vereador autor, pelos vereadores Norberto Stroisch e Celso Sandrini (PMDB), César Faria (DEM) e Romeu Franzoni Júnior (PP).
De acordo com o vereador petista, as atividades incluem desde o resgate de documentos sobre o escritor, na antiga Desterro, à exibição de filmes que tratam da vida e da obra do grande poeta simbolista brasileiro, como o longa-metragem Cruz e Sousa – O Poeta do Desterro, de Sylvio Back (1998), e o curta Alva Paixão, de Maria Emília Azevedo (1994).

João da Cruz e Sousa nasceu em Desterro, em 24/11/1861, filho de Guilherme e Carolina Eva da Conceição, negros libertos, a serviço do Marechal Guilherme Xavier de Sousa, militante da guerra do Paraguai, e sua esposa Clarinda de Sousa, com a qual aprendeu as primeiras letras, entre 1865 e1866.

Nascido de uma família de escravos alforriados, João da Cruz herdou o Sousa do marechal, seu ex-senhor e tutor, que lhe proporcionou uma refinada educação - foi aluno de matemática de Fritz Müller no Liceu Provincial, onde aprendeu francês, latim e grego. Aos 20 anos, escreveu seus primeiros textos abolicionistas no jornal Tribuna Popular e, logo depois, com o amigo Virgílio Várzea (com quem escreveu Tropos e Fantasias, 1885) liderou a renovação literária catarinense em oposição ao romantismo conservador, dominante à época.

Após ter sido recusado no cargo de promotor, em Laguna, por ser negro, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde tentou trabalhar na imprensa, até o cargo de arquivista da Central do Brasil. Na antiga capital federal, publicou, em 1893, os livros fundamentais do simbolismo brasileiro (e mundial): Broquéis (poesia) e Missal (prosa poética).

Rejeitado, também, pela Academia Brasileira de Letras (fundada em 1897 por Machado de Assis), o poeta negro morreu de tuberculose no dia 19 de março de 1898, na estação do Sítio (município de Antônio Carlos, na Serra da Mantiqueira), ao lado da mulher Gavita, com quem teve quatro filhos, todos mortos prematuramente.

Postumamente, foram publicados os livros Evocações(1898, prosa), Faróis (1900, poesia) e Últimos Sonetos (1905, poesia), que consolidaram uma obra reconhecidamente transgressora e inovadora.

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