O Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero (Anis) realizou, entre 2007 e 2008, pesquisa intitulada “Qual a diversidade sexual dos livros didáticos brasileiros?”. Financiado pelo Programa Nacional de DST e Aids do Ministério da Saúde, o estudo tem como objetivo mostrar que, apesar de ter se fortalecido o debate sobre homofobia na sociedade nos últimos anos, nenhum dos 67 livros didáticos selecionados aleatoriamente para a análise, dos 98 distribuídos pelo Ministério da Educação (MEC), trata do assunto.
Segundo a doutora em psicologia que coordenou a pesquisa, Tatiana Lionço, o dado mais preocupante é a ausência do debate. “Verificamos o silêncio sobre a diversidade sexual e a naturalização da heterossexualidade, mas não há homofobia”, diz. Quanto aos dicionários, destaca termos pejorativos, que num sentido mais amplo de interpretação podem ser considerados homofóbicos. Alguns exemplos estão em verbetes como lésbica, cujo significado vem acompanhado de termos como “sapatão” e “mulher-macho”. Travesti aparece comumente como “farsante”, “homem que se veste de mulher”, entre outras definições. São expressões usuais, mas que reafirmam preconceitos.
O MEC informa que aproximadamente 20 mil professores já foram formados ou estão em fase de capacitação para lidar com o tema. A idéia é dar suporte, em 2009, a 13.360 docentes dentro do programa “Rede de Educação para a Diversidade”. Além disso, está em curso um outro projeto encampado pelo Ministério, o “Escola sem Homofobia”.
Fonte: Correio Braziliense (DF), Renata Mariz.
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