A política do mandato Márcio de Souza tem como base uma carta compromisso, que é resultado de aspirações e processos de resistência cultural. Com este método, nos apresentamos à cidade e com ela dialogamos.
Nosso coletivo, que congrega vários setores sociais, não tem planos de vaidades ou donos, a quem devemos agradar para fazer acontecer nosso projeto de emancipação de classe, de etnia, religião, orientação social e outras demandas de grupos historicamente discriminados.
Fazemos política, há muito tempo, no combate ao racismo, e lutamos bravamente na vida sindical dos professores. Por dez anos, fui perseguido por posições políticas, a ponto de ser demitido do cargo de professor no IEE, onde reingressei por consenso no Estado. Nas ruas, por fazer defesa das causas populares (transporte coletivo), no que se relaciona à busca pela LICITAÇÃO, fui alvejado com um estilhaço de granada, que me custou a perda da visão do olho direito.
Continuo com as minhas opiniões e ações destinadas a atender aquilo que minha consciência de justiça me determina. Tenho pleno entendimento que incomodo alguns interesses nesta cidade.
Sei que, historicamente, os egressos das classes populares não podem ascender politicamente, para representar as demandas dos seus pares. Tudo isso é um risco! Uma ameaça!
Os pobres e negros têm contra si uma espécie de liberdade condicional. Há uma tentativa de se impor mordaça com métodos sofisticados, de eliminação ou desqualificação moral. As falsificações e a adoção de métodos da guerra fria vão sendo colocados em prática, sem limites éticos e de justiça.
A receita para a eliminação dos negros indesejáveis parece ser bastante conhecida entre nós. Desde a presença de João da Cruz e Sousa, passando pela Professora Antonieta de Barros, o método se repete. Entretanto, penso que estes recursos já estão sendo percebidos pela sociedade, por mais que seja torpedeada, incessantemente, por mensagens e informações onde o contraditório não é permitido.
Por fim, levar adiante a nossa luta ancestral é nossa missão. Devemos continuar como forma de homenagear os nossos antepassados, que pagaram tão duramente para viver nesta cidade.
Para tanto, vou continuar insistindo na necessidade de partilhar a riqueza, na busca pela justiça social, no combate ao racismo e na defesa da cultura popular, em especial, das escolas de samba do Grupo de Acesso, do boi de mamão, do Berbigão do Boca, das marchinhas, do direito à livre orientação sexual, etc, pois eu não escrevo, não vivo, não falo e não canto para agradar!
(Márcio José Pereira de Souza, Professor de Química (30 anos), militante anti-racista (32 anos), sambista (40 anos) e vereador petista, eleito pelo povo por CINCO vezes)
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