Cartola nasceu Angenor de Oliveira, em 1908, no Catete. Aos onze anos, mudou-se com os pais e os seis irmãos para o morro da Mangueira, onde moraria por mais de quarenta anos. Então “Agenor”, como era chamado (ele só iria descobrir que era Angenor, e não Agenor, ao oficializar seu casamento com dona Zica, décadas mais tarde), trabalhou primeiro como tipógrafo, depois como pedreiro – o pó de cimento das obras que caía sobre sua cabeça fê-lo adotar um chapéu-coco que ele chamava de cartola e que lhe valeu o famoso apelido. Mas gostava mesmo era de farra e malandragem, motivo por que acabou por ser expulso de casa pelo pai. Desamparado, Cartola foi peixeiro, sorveteiro, cavalariço, vendedor de queijos, cambone de macumba. Mas, sempre namorador, beberrão e, acima de tudo, sambista e poeta.
Sabe de quem foi a idéia de criar uma escola de samba na Mangueira? Dele! Aos dezenove anos! Foi também ele quem, após participar da reunião de fundação, escolheu as cores verde e rosa.
O primeiro LP individual ele só foi gravar em 1974, aos 65 anos (!), pela Marcus Pereira. Aberto o caminho, vieram mais discos. E foi assim que o Brasil ficou conhecendo clássicos como As rosas não falam, Acontece, O mundo é um moinho, Cordas de aço, Alegria, Quem me vê sorrindo, Alvorada, Disfarça e chora, Tive sim, Corra e olhe o céu, Ensaboa, Autonomia.
Cartola morreu em 1980, enlutando a Mangueira e o país. Na ocasião, a mais bela síntese do sentimento geral foi feita pelo também mangueirense compositor Nelson Sargento: “Cartola não existiu. Foi um sonho que a gente teve...”
(Fonte: Agenda Samba-Choro)
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